Se algo funciona
bem no Brasil, em nível de eficácia e excelência são as APAEs, a rede está
presente em mais de dois mil municípios, e os serviços que realiza a mais de
sessenta anos todos conhecem, dispensam apresentação.
É tão importante
que pode-se dizer com tranqüilidade que hoje o país não seria o mesmo sem as APAEs.
Até o ano de
1954 o fenômeno “deficiência” senão ignorado, sequer era percebido pelo Estado,
é exatamente neste momento que o trabalho de famílias empenhadas em buscar alternativas
e soluções para que seus filhos de alguma forma sejam incluídos socialmente,
faz surgir a Federação Nacional das APAEs, desde então, criou-se um novo
paradigma onde a gestão eficiente e a excelência em cada procedimento, tem contribuído
não apenas na inclusão, mas para melhorar a vida de milhares de pessoas,
atingindo o fim precípuo do Estado Democrático de Direito que é levar
felicidade ao cidadão, coisa em que o Estado (através dos vários Governos) se
mostrou mais que incompetente: ausente.
Hoje, sabe-se lá
porque “cargas d’água” (talvez falta do que fazer -só pode ser isso) vem o MEC,
através da sua “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva” (o nome é politicamente corretíssimo), documento produzido
pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial n. 555,
de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria n. 948, de 9 de outubro de
2007, e na prática propõe o fim das Escolas Especiais, arguindo basicamente a
educação inclusiva.
Fosse
o Estado brasileiro um modelo de gestão e eficiência, a proposta até poderia
ser avaliada, mas considerando o nível de mediocridade do serviço público no
país (óbvio que existem exceções, mas são raríssimas) principalmente no que diz
respeito ao atendimento ao cidadão, significa dizer que se a proposta avançar,
as Escolas Especiais não só irão acabar, como as pessoas que são atendidas por
elas serão lançadas ao descaso e à própria sorte, em nada diferente dos
infelizes que morrem e sofrem diariamente nas desumanas filas produzidas pelo sistema de
saúde, dignas das cenas mais horripilantes do inferno de Dante.
O MEC deveria
vir somar com as APAEs, agregar e auxiliar, melhorar aquilo que já é bom, copiar seu
modelo de gestão e levar para dentro das demais Escolas, desde a gestão na
compra de merenda até a gestão de pessoas.
Nas APAEs também
existem problemas, a diferença é que são encarados num caráter resolutivo de
alta eficiência, diferente do MEC, cuja gestão tem deixado a desejar até na
organização de eventos como o Enem, um verdadeiro constrangimento nacional para
dizer o mínimo.
É preciso
portanto que o MEC (seus dirigentes e responsáveis) procure algo mais positivo
para fazer, como por exemplo desenvolver políticas de valorização para a classe
dos Professores, ou criar um Grupo de Estudos através de Portaria Ministerial e
apresentar soluções viáveis objetivando minimizar a violência dentro da sala de
aula, enfim, propostas equilibradas e lúcidas não faltam, caso contrário, ele
próprio pode acabar precisando dos serviços das APAEs, fato aliás que lhe faria
muito bem, talvez apreendesse alguma coisa.
Acesso: 08 de agosto de 2013.
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