Todos
nós pelo que me consta, somos metódicos ou rotineiros, mesmo os que não se
consideram assim. Precisamos de regras, normas e pactos reafirmados diariamente
para vivermos e talvez, nos incluirmos em uma sociedade. Iremos então pactuar para
os próximos 366 dias. Porém destaco que os contratos são feitos entre duas ou
mais pessoas, onde essas buscam formalizar algo que ambos possuem interesses específicos,
caso não haja esse interesse para você, fim de contrato.
Meu
interesse aqui é reunir as pessoas em torno de algo intangível, mas que seja surreal.
Ao
redigir o contrato não poderei deixar de registrar em artigos e parágrafos específicos
tais acordos.
O presente CONTRATO ENTRE ENTES AFINS
tem por objetivo a pactuação de resultados com a finalidade de permitir a avaliação
de desempenho de nossa amizade durante o vigente ano, mediante o estabelecimento
de objetivos, diretrizes, estratégias, metas, ações, e indicadores que constam
nos artigos subsequentes.
Art. 1 – NÃO PODEREI AGIR DE FORMA FALACIOSA: A
verdade deverá prevalecer em qualquer ocasião, não sendo aceitável a utilização
de argumentos que não condizem com a realidade dos fatos. É compreensível que
nem sempre é fácil ser ético e honesto, porém para a vitalidade de uma união entre
entes afins, não podem prevalecer subterfúgios que caracterizem no
prevalecimento de argumentos que não possuem bases verídicas.
Art. 2 – NÃO FORNECEI INFORMAÇÕES CONFIDENCIAIS A UM
TERCEIRO: A palavra segredo para alguns é confundível, acham que contar
fatos e não santos tornam menos grave a traição da confiança. Pessoas em sua
magnitude precisam de confidentes, um dos princípios de algumas religiões e a confissão
para remissão. A partir do momento que alguém te pede, posso confiar em você? Lembre-se
do primeiro artigo desse contrato antes de dizer sim, caso a resposta seja
positiva, a pessoa ao te contar algo que seja realmente importante para a mesma,
ela cria um elo intangível com você, chamado por alguns de confiança reciproca.
Art. 3 – NÃO ASSUMIREI UMA FORMA PASSIVA PERANTE A
HUMILHAÇÃO ALHEIA: Acredito indubitavelmente que alguns possuem duas bolas
de gude no lugar do órgão visual. Constantemente somos cumplices do acaso,
desde o desrespeito a moral, a ética, aos costumes de uma cultura até os prejuízos
materiais. Esse contrato rege sobre a importância de ser cumplice da verdade e não
da mediocridade.
Art. 4 – NÃO SEREI CONIVENTE COM A CORRUPÇÃO: Nesse
caso, a corrupção que me refiro é a mesma que imaginamos nos grandes cenários,
só que praticada em nosso dia a dia. Reafirmo o princípio ético, não é necessário
que os outros vejam meu erro para saber que eu errei. Não adianta pregar com
pregos tortos e enferrujados achando que são novos, ou seja, mesmo que penetre
a madeira nunca será a mesma coisa que pregar pela primeira vez. Não há corrupção
menor ou maior, há falta de caráter, ética e princípios morais, se roubar algo
tenha certeza que para alguém irá faltar, se enganar uma pessoa por qualquer
motivo que seja, tenha certeza que cedo ou tarde ela descobrirá. Entre tantos
exemplos passiveis de ser citados destaco o principal, coagir a consciência embasado
nos erros dos outros.
Art. 5 – NÃO USAREI DE COMPARAÇÕES –
As pessoas tendem a comparar uns com os outros, se esquecendo que mesmo irmãos gêmeos
possuem impressões digitais diferentes, ou seja, sua aparência física é aceitável,
mas sua estrutura comportamental e intelectual jamais será a mesma, para não dizer
igual. Não se limite as respostas prontas, se desafie a novas perguntas.
Art. 6 – NÃO JUGAREI SEM TER CERTEZA – Ninguém,
eu disse ninguém é tão perfeito que não comete erros, mas muitos, na verdade uma
grande parte dessa sociedade ‘justa e igualitária’ se consideram juízes morais.
A poucos dias li sobre ética e a parte que mais me marcou foi a seguinte: “Minha
ética posso até ser julgada com a fragilidade de um rato, mas a dos outros com
o vigor de um leão”.
Art. 7 – NÃO DEIXAREI DE CUMPRIR O QUE EU FALAR
–
Não posso prometer algo que certamente não vou cumprir. A crença ou estado de
fé se fundamentam essencialmente no acreditar, e assim, as pessoas ainda vivem
fazendo promessas que nem sempre cumprem. Para legitimar nossa amizade é de
extrema importância que ambos se alto analisem, “se posso cumprir o que te
prometo”.
Art. 8 – NÃO CONFUNDIREI CONHECIMENTO COM SABEDORIA –
Para desmitificar o conhecimento da sabedoria farei novamente uma analogia.
“O conhecimento possibilita o homem a chegar facilmente em lugares talvez inalcançáveis
para outros, mas a sabedoria traça o mesmo caminho, porém possibilita que
outras pessoas caminhem por ele também”. Precisamos entender que pessoas sabias
acreditam que não estamos sozinhos nesse plano material e se temos certa facilidade
em algumas coisas, precisamos compartilha-las com todos que necessitam desse
conhecimento.
Art. 9 – NÃO MISTURAREI RELAÇÃO AFETIVA COM
PRINCÍPIOS ÉTICOS – Chegamos a um dos pontos fulcrais desse documento
escrito, o ponto de diferir nossa relação pessoal da profissional. Não podemos
nos prevalecer dessa amizade para burlar os caminhos pré-determinados pela vida,
sabemos que as pessoas possuem oportunidades e não sorte. O que me adianta ter
sorte em um jogo de loteria, se incialmente eu não jogá-lo?
Art. 10 – NÃO CEGAREI A GLÂNDULA PINEAL – Nesse
contrato utilizarei a glândula pineal em termos filosóficos e não genéticos. Homens
sábios deixam de ser ‘Homeoestáticos’ para se tornarem ‘Homeodinâmicos’. Não peço
que acreditem que todos nós possuímos o terceiro olho exatamente no centro geográfico
do cérebro, apenas vos peço que analisem com a devida sabedoria e respeito ‘os porquês’
de certas coisas que mesmo antes de acontecer já havíamos sentindo.
PARÁGRAFO ÚNICO: O
presente CONTRATO ENTRE ENTES AFINS terá validade de um ano e será renovado
sucessivamente por igual período, mediante parecer favorável de ambas partes.
De
acordo com o análogo dos artigos até aqui escritos, se não notaram peço que
observem que são exatamente 10 artigos que propositalmente começam com a
palavra NÃO. Então, se perguntem por gentileza: O porquê disso? Como disse no início
desse contrato somos metódicos e rotineiros, e desde pequenos somos condicionados
ao NÃO. Observem: Não faça isso, Não vá ali, Não se suje, Não corra, Não grite,
Não! Para tanto, utilizando de psicologia, se as palavras utilizadas forem de
seu vocabulário intelectual, não causaram espanto e muitos menos te submeteram a
bruscas mudanças, esse é o cerne.
O
presente contrato entra em vigor a partir de sua leitura completa. Pois se não desistiu
até esse ponto é porque concordas com os princípios éticos para junção amigável
entre as pessoas.
01
de janeiro de 2016 (A.S)
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