“Não espere que o impossível aconteça, se nem o possível você é capaz de fazer acontecer!” (A.S. 2015)

domingo, 19 de junho de 2016

Andarilho solitário

Evidentemente, não há como saber quais são os reais motivos do abandono social por parte da grande maioria das pessoas. Tal afirmação é facilmente compreendida por quem ao caminhar seja pelas selvas de pedras ou por seus arredores, enxerga a fragilidade humana. O verdadeiro questionamento a ser verbalizado é: o que tenho feito para mudar esse cenário? Não podemos viver a todo instante embasados em críticas se não somos nem capazes de formar e defender uma opinião, sem falar das questões práticas como por exemplo: parar em uma faixa de pedestre, doar roupas inutilizadas, prestar serviço voluntário ou simplesmente oferecer assento ao confrade necessitado. Nossas ruas estão lotadas de pessoas preocupadas com o famoso “O que eu ganho com isso”, mas vazias do sentimento fraterno “Nós todos podemos ganhar com isso”. Sim, estou falando sobre o individualismo, falando sobre a substituição de valores, falando sobre automatização humana, falando sobre a consciência artificial, falando sobre os teóricos nada práticos. Há de se afirmar que a salvação não se resume em uma hora diária de oração (sem críticas dogmáticas), mas certamente na intenção de cada ação. Cada dia que passa, sinceramente, sinto menos a reciprocidade humana, ao mesmo tempo que, enxergo que a intencionalidade está desfocada. A busca por respostas imediatas é a mesma que a precocidade dos resultados, ao ponto de esquecermos que para tudo existe um fator imutável: tempo. E esse é o malefício contemporâneo, a hora continua tendo 60 minutos, o dia continua tendo 24 horas, o mês em termos contábeis 30 dias e por fim, o ano 365 dias. Os porquês dessa citação se explica que passamos mais tempo colhendo do que plantando, mesmo sabendo que o processo natural humano está predestinado no tempo. O dia possui 24 horas, teoricamente sabe-se que deveríamos diariamente dormir 8 horas e também que nossas leis trabalhistas protegem a jornada diária de 8 horas de trabalho. O questionamento vem justamente nas outras 8 horas restantes:  O que você tem feito de bom? Quais as sementes que tem plantado? Quais os livros que tem lido? Quanto tempo tem passado com a família? Quantos novos amigos você tem cativado? Você tem construído pontes ou paredes?

Novamente afirmo que não busco seguidores e muito menos aplausos. A intenção da escrita é o auto desafio, costumo dizer que as metáforas cuidadosamente acrescidas no texto é o tempero mágico que não é encontrado em livros de receita comuns!

“Nada é tão forte quanto a delicadeza e nada é tão delicado como a força verdadeira” 
Ralph Washington Sockman


Em tempo, surge a resposta para o título: “Andarilho solitário”. Caminhamos sobre a terra tropeçando em questões sociais que deveríamos nos envergonhar por sermos tão passivos. Esse é o verdadeiro título do texto, não basta viver em comunidade, indubitavelmente, precisamos pertencer a ela!


Alexandro Suchara. 2016.