Evidentemente,
não há como saber quais são os reais motivos do abandono social por parte da
grande maioria das pessoas. Tal afirmação é facilmente compreendida por quem ao
caminhar seja pelas selvas de pedras ou por seus arredores, enxerga a
fragilidade humana. O verdadeiro questionamento a ser verbalizado é: o que
tenho feito para mudar esse cenário? Não podemos viver a todo instante
embasados em críticas se não somos nem capazes de formar e defender uma
opinião, sem falar das questões práticas como por exemplo: parar em uma faixa
de pedestre, doar roupas inutilizadas, prestar serviço voluntário ou
simplesmente oferecer assento ao confrade necessitado. Nossas ruas estão
lotadas de pessoas preocupadas com o famoso “O que eu ganho com isso”, mas
vazias do sentimento fraterno “Nós todos podemos ganhar com isso”. Sim, estou
falando sobre o individualismo, falando sobre a substituição de valores, falando
sobre automatização humana, falando sobre a consciência artificial, falando sobre
os teóricos nada práticos. Há de se afirmar que a salvação não se resume em uma
hora diária de oração (sem críticas dogmáticas), mas certamente na intenção de
cada ação. Cada dia que passa, sinceramente, sinto menos a reciprocidade
humana, ao mesmo tempo que, enxergo que a intencionalidade está desfocada. A busca
por respostas imediatas é a mesma que a precocidade dos resultados, ao ponto de
esquecermos que para tudo existe um fator imutável: tempo. E esse é o malefício
contemporâneo, a hora continua tendo 60 minutos, o dia continua tendo 24 horas,
o mês em termos contábeis 30 dias e por fim, o ano 365 dias. Os porquês dessa
citação se explica que passamos mais tempo colhendo do que plantando, mesmo sabendo
que o processo natural humano está predestinado no tempo. O dia possui 24 horas,
teoricamente sabe-se que deveríamos diariamente dormir 8 horas e também que
nossas leis trabalhistas protegem a jornada diária de 8 horas de trabalho. O
questionamento vem justamente nas outras 8 horas restantes: O que você tem feito de bom? Quais as
sementes que tem plantado? Quais os livros que tem lido? Quanto tempo tem
passado com a família? Quantos novos amigos você tem cativado? Você tem
construído pontes ou paredes?
Novamente
afirmo que não busco seguidores e muito menos aplausos. A intenção da escrita é
o auto desafio, costumo dizer que as metáforas cuidadosamente acrescidas no
texto é o tempero mágico que não é encontrado em livros de receita comuns!
“Nada é tão forte
quanto a delicadeza e nada é tão delicado como a força verdadeira”
Ralph Washington Sockman
Em tempo, surge a resposta para o título:
“Andarilho solitário”. Caminhamos sobre a terra tropeçando em questões sociais
que deveríamos nos envergonhar por sermos tão passivos. Esse é o verdadeiro
título do texto, não basta viver em comunidade, indubitavelmente, precisamos
pertencer a ela!
Alexandro Suchara. 2016.
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